Artigos

10 Erros a Evitar na pregação da Palavra - “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Timóteo 4.2)
Creio que essa era a principal preocupação do apóstolo Paulo ao escrever esta segunda carta a Timóteo. De fato, o jovem Timóteo jamais deveria ser levado por outras distrações que lhe desviasse o foco da mensagem cristocêntrica. Podemos dizer que o conselho dado a Timóteo não tem sido muito bem aproveitado por muitos pregadores do século 21. Em muitas igrejas o foco da mensagem cristocêntrica tem sido substituído por outras coisas totalmente alheias e desnecessárias.
Temos visto muitas “pregações” que nos deixam estupefatos e até mesmo preocupados. Devemos esclarecer que o nosso objetivo aqui não é ensinar a pregar a palavra, mas identificar e alertar sobre alguns desvios cometidos no meio do arraial dos santos. Mencionaremos pelo menos 10 incoveniências que freqüentemente ocorrem nos púlpitos de nossas igrejas, os quais devem ser evitados:
 1. Abandonar o texto
Pregar a Palavra não consiste em ler um texto bíblico e imediatamente abandoná-lo para em seguida falar da própria experiência, dos sonhos, visões e conquistas espirituais e seculares. Por mais que tenha algo de interessante, nada deve substituir a exposição da Palavra. A exposição da Palavra por sua vez não deve ser confundida com a narração de várias histórias sem vínculo algum com a passagem em pauta. Iniciar, por exemplo, com a parábola do filho pródigo e completar com a cura do cego de Jericó e concluir com a mulher samaritana sem fazer a devida contextualização e aplicação prática. Isto feito pouco se aproveita. A falta de objetivo na pregação dificulta a compreensão por parte dos ouvintes. Esse tipo de pregação tem sido muito favorável às conversações paralelas na igreja.
Fomos chamados para dizer o que Deus disse em sua Palavra. Ez 33.7
 2. Usar citações indevidas
Pregar não é citar intelectuais do mundo secular, dizendo o que eles pensam ou pensavam sobre Deus, sobre o pecado e sobre quaisquer assuntos espirituais. A igreja não está interessada em saber o que um sociólogo, psicólogo, ou filósofo tal disse sobre Deus, sobre o pecado, sobre a família, etc. O que importa para a igreja é o que Deus diz em Sua palavra.
Um homem por mais intelectual que seja, se não for um homem de Deus, a sua teologia não é correta, e portanto descartável. Sempre que o apóstolo Paulo precisava fundamentar seus argumentos ele se expressava assim: “Mas o que diz a Escritura?” (Gálatas 4.30)
 3. Exagerar falando das novidades do mundo secular
Igualmente, pregar não é gastar boa parte do tempo tempo falando das tecnologias do século 21, de política ou mesmo comentar conteúdo de filmes, novelas ou noticiários veiculados na internet.
Não somos contra a informação e precisamos dela, mas a igreja não se reuniu para isto. O que acontece? Jesus foi bem claro em Lucas 6.45: “O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.” A igreja se reuniu com objetivos específicos voltados à adoração. Ela jamais deve ser confundida com os atenienses, os quais nos dias de Paulo se ocupavam apenas em ouvir ou dizer as últimas novidades.
 4. Testemunhar negativamente
Pregar não é falar detalhadamente sobre a nossa vida de pecado antes de receber a Cristo como Salvador, isto só gera constrangimento. Sim, testemunhos devem ser dados, mas só são proveitosos quando se tem em mente 1 Pedro 4.11: “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.”
 5. Ter visão distorcida da glória de Deus
Igualmente pregar a Palavra não é avisar a igreja o tempo todo que vai descer a glória de Deus e nada acontece! A igreja cansa de esperar por esse momento “glorioso” o qual nunca chega. Qualquer crente instruído na Palavra de Deus sabe que a glória de Deus não se manifesta através desses expedientes. O máximo que esses “pregadores” conseguem é transmitir uma ideia errada acerca da glória de Deus, principalmente para os novos convertidos.
 6. Querer atuar no lugar do Espírito
Pregar não é tratar asperamente a igreja porque ela não está dando “glória a Deus.” Qualquer pessoa sabe que quando o pregador está sob a unção do Espírito a igreja glorifica a Deus naturalmente sem pressão nenhuma. Comandos dessa natureza são indícios de que o pregador não orou, não se consagrou e negligenciou o estudo da Palavra. Ele deveria pelo menos lembrar que a igreja continua sendo a noiva de Cristo! Imagine como Cristo se sente vendo alguém brigando com a noiva dele!
 7. Dar comandos exclusivistas
Pregar igualmente não é emitir comandos exclusivistas do tipo: “Só quem vai morar no céu levanta a mão ai” Se essa insinuação fosse verdadeira, alguém que sofresse de bursite não iria para o céu! Nem é necessário dizer que a nossa salvação depende destes modismos baratos para ser verdade. Graças a Deus, pela liberdade que temos em Cristo não somos obrigados a obedecer esses tipos de comando.
 8. Manifestar inimizade
Pregar não é desabafar ou discordar direta ou indiretamente do pastor, dirigente da congregação, ou mesmo de qualquer membro da igreja. Esta “sabedoria” nunca servirá para a edificação da igreja. Em Tiago 3.14-16 temos uma alerta de Deus: “Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” Púlpito nunca foi lugar para desabafo!
 9. Usar lendas e mitos como ilustrações
Pregar não é se valer de mitos ou lendas para ilustrar a mensagem. Embora essas história contenham lições morais, jamais tem autoridade para ilustrar a verdade da palavra de Deus. Diga-se de passagem, Deus jamais precisou de uma ajuda extra do diabo (que é o pai da mentira) para ilustrar a Verdade de sua Palavra. Para isso Deus nos deixou todo o Antigo Testamento e as parábolas de Jesus, estas são perfeitas ilustrações para qualquer doutrina bíblica.
 10. Gritar em vez de pregar
Pregar não é ordenar publicamente ao sonoplasta que aumente o volume do microfone apenas para exibir a “excelência” do timbre de voz do pregador. Na verdade gritaria nada tem nada a ver com unção. Para muitos pregadores a igreja é composta apenas de surdos e, diga-se de passagem, é também por esta causa que muitos não-crentes não põem mais os pés no prédio da igreja. Que se pregue a Palavra com veemência. A Bíblia diz que Apolo pregava com veemência, mas em Atos 18.24 a qualidade mais destacada de Apolo era esta que ele era eloquente e poderoso nas Escrituras.
Devemos apenas lembrar que a pregação deve ser cristocêntrica do começo ao fim, sem subterfúgios para citações descabidas e modismos absurdos. A exposição do evangelho de Cristo deve ser feita de forma simples e pura. Isto é o suficiente para que a igreja seja edificada e os pecadores entendam o plano de Deus para a salvação.
John MacArhur, pastor norte-americano, quando manifestou a seu pai o desejo de ser pregador, imediatamente o pai lhe deu uma Bíblia na qual escreveu: “Pregue a Palavra”. De fato, quem se propor à pregação da Palavra deve estar atento ao significado de “manejar bem a Palavra da verdade” (2 Tm 2.15).
Na pureza que demanda um bom sermão...
Pr. Bruno Peixoto
-----------------------------------------------

Recentemente li um texto do meu querido pastor Davi Lago e resolvi compartilhar aqui com algumas adaptações, é um texto que merece reflexão já que seu centro abarca uma imensa discussão nas igrejas, "dar dinheiro nas igrejas"...

Dar dinheiro na igreja tem sido uma prática cada vez mais questionada. Certamente em virtude dos abusos de lideranças religiosas de caráter duvidoso, e a suspeita de que os recursos destinados à causa acabam no bolso dos apóstolos, bispos e pastores, não são poucas as pessoas que se sentem desestimuladas à contribuição financeira.
Outras tantas se sentem enganadas, e algumas o foram de fato. Há ainda os que preferem fazer o bem sem a intermediação institucional. Mas o fato é que as igrejas e suas respectivas ações de solidariedade vivem das ofertas financeiras de seus frequentadores e fiéis.
Entre as instituições que mais recebem doações, as igrejas ocupam de longe o primeiro lugar na lista de valores arrecadados. Por que, então, as pessoas contribuem financeiramente nas igrejas? Não são poucas as pessoas que tratam suas contribuições financeiras como investimento. Contribuem na perspectiva da negociação: dou 10% da minha renda e sou abençoado com 100% de retorno. 
Tentar fazer negócios com Deus é um contra-senso, pois quem negocia sua doação está preocupado com o benefício próprio, doa por motivação egoísta, imaginando levar vantagem na transação. É fato que quem muito semeia, muito colhe. Mas essa não é a melhor motivação para a contribuição financeira na igreja. Há quem contribua por obrigação.
A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com seu povo Israel foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. A medida maior era na verdade muito maior. Os religiosos doam 10%, os cristãos abrem mão de tudo, pois creem que não apenas o dízimo pertence a Deus, mas todos os recursos e riquezas que têm em mãos pertencem a deus e estão apenas sob seus cuidados.
Alguns mais nobres doam por gratidão. Pensam, “estou recebendo tanto de Deus, que devo retribuir contribuindo de alguma maneira”. Nesse caso, correm o risco de doar apenas enquanto têm, ou apenas enquanto estão sendo abençoados. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição financeira. Existem também os que contribuem em razão de seu compromisso com a causa, com a visão, acreditam em uma instituição e querem por seu dinheiro em algo significativo.
Muito bom. Devem continuar fazendo isso. Quem diz que acredita em alguma coisa, mas não mete a mão no bolso, no fundo, não acredita. Mas essa motivação está ainda aquém do espírito cristão. Aliás, não são apenas os cristãos que patrocinam o que acreditam. Muitos são os que doam por compaixão. Não conseguem não se identificar com o sofrimento alheio, não conseguem viver de modo indiferente ao sofrimento alheio, sentem as dores do próximo como se fossem dores próprias. Seu coração se comove e suas mãos se apressam em serviço. A compaixão mobiliza, exige ação prática. Isso é cristão.
Mas ainda não é suficiente. Poucos contribuem por generosidade. Fazem o bem sem ver a quem. Doam porque não vivem para acumular ou entesourar para si mesmos. Não precisam ter muito. Não precisam ver alguém sofrendo, não perguntam se a causa é digna, não querem saber se o destinatário da doação é merecedor de ajuda. Eles doam porque doar faz parte do seu caráter. Simplesmente são generosos. Gente rara, mas existe.O relacionamento com Jesus gera esse tipo de gente.
Finalmente, há os que contribuem por piedade. Piedade, não no sentido de pena ou dó. Piedade como devoção, gesto de adoração, ato que visa apenas e tão somente manifestar a graça de Deus no mundo. Financiam causas, mantém instituições, ajudam pessoas, tratam suas posses como dádivas de Deus, e por isso  são gratos, e são generosos. Mas o dinheiro que doam aos outros, na verdade entregam nas mãos de Deus. Para essas pessoas, contribuir é adorar.

e temos dito...
Pr. Bruno Peixoto
(Texto adaptado do Pr. Davi Lago)
------------------------------------------------------------

Conversa com um cético (...)

15 de maio 2014

Oi Bruno, dei uma boa olhada no seu blog, li várias coisas. Achei muita coisa interessante. Gostei muito do artigo da revista Época falando dos novos evangélicos, pra te falar a verdade eu não tinha ideia que isso vinha acontecendo, não sabia desse movimento, minha visão era bem preconceituosa sobre qualquer igreja evangélica, grupo ou pessoas evangélicas.

Não que eu achasse que toda igreja Evangélica é tipo uma Universal, pois conheço um pessoal da Assembléia de Deus que eu admiro muito, é gente simples, econômica e culturalmente, mas sinto que estão lá por fé, há anos, e a igreja continua na mesma simplicidade.

Outro dia eu comentei isso com meu sobrinho, que das igrejas evangélicas eu admirava a Assembléia de Deus, pois não estão lá pelo dinheiro, já fui a outros dois cultos há muito, muito tempo, atendendo ao pedido da minha amiga, é barulhento, as pessoas entram em transe, mas acho cheio de fé, a fé deles. Fé que não consigo ter porque não acredito. Afinal, sei que você frequenta igreja, e sei que você tem que ser imparcial lá, mas pode me contar né?

Eu não tenho religião, só tem 4 partes na bíblia que gosto de ler: a história de Jó, Eclesiastes, O cântico dos cânticos e Salmos. Leio porque acho bonito, o que me leva a abrir uma bíblia é sempre por alguma emoção, nunca abro uma bíblia para procurar respostas, pois sei que pra mim não tem nenhuma lá. Já tentei seguir algumas religiões, mas não consigo, pois não paro de pensar, questiono tudo, acho um absurdo as pessoas acreditarem em muitas coisas.

Como você consegue ter uma relação tão intelectual com a religião? De onde você consegue tirar uma reflexão tão madura e inteligente? Falei demais né, Bem legal seu blog viu.
---------------------------

16 de maio 2014

rs rs...são muitas questões levantadas aqui...Vamos lá, fico lisonjeado que tenha gostado do meu blog, tenho como foco abordar questões que na maioria das vezes a igreja não aborda por medo de perder fieis ou por preconceito ou por deter determinados dogmas e paradigmas que os impedem, e de fato, aquele artigo da revista época tem sido uma grande revolução entre os religiosos, já que teoricamente é uma prática pouco lucrativa, se é que você me entende.

Na realidade sua visão na chega nem a ser preconceituosa, e sim racional. O fato é que a religião não leva ninguém a lugar algum, pelo contrario aprisiona as pessoas em suas regrar morais, e costumes; eu aprendi ao longo da minha jovem caminhada que a religião faz isso porque é mais fácil proibir do que ensinar, vale ressaltar que as religiões são regidas por homens.

Você como professora sabe, quando você ensina o que é certo, você liberta. O ensino dá a possibilidade de cada um decidir qual caminho deve seguir, sempre tendendo para a verdade. Muita gente me pergunta de qual igreja eu sou, digo que acima de tudo sou cristão.

De fato a bíblia não vai ter TODAS as respostas que você precisa, é um livro escrito por homens e apresenta controvérsias, apesar de ser inspirada por Deus, muitas coisas que ali estão se baseiam na geografia a nos conhecimentos acadêmicos da época.

Por outro lado acredito que a bíblia tem mais respostas do que qualquer outro livro e é nela que me baseio para fundamentar o que acredito. Vale a pena você ler a bíblia de uma forma mais racional e trazer para sua reflexão diária, a bíblia não pode ser pra você uma lugar de refúgio "válvula  de escape" e sim uma ferramenta intelectual e espiritual para o seu relacionamento com Deus.

Questionar é bom, questionar liberta.

Eu não discuto com a religião, ela sempre vai encontrar argumentos para justificar seus atos. Ao longo da história, quantas matanças se deram em nome de Deus, é mais fácil transferir nossa culpa para a existência, ou ausência Dele. De modo que, sou racional a ponto de entender que Deus não esse ser mal que as pessoas pregam, mas um Deus amoroso que me ama assim como sou, e que se fez homem a 2000 anos atrás para mostrar que está tão perto quanto a gente imagina....Um abraço!
---------------------------

19 de maio 2014

Depois que te mandei aquele último e-mail fiquei meio preocupada de ter ofendido sua fé de alguma maneira.

Às vezes questionar ou não concordar com alguém sobre religião ou fé, pode ser motivo para raiva, é como falar mal de um filho pra uma mãe.

Já que parece que você não se ofende, poderia me responder algumas questões só com sim ou não? Sem justificativas? Tenho curiosidade sobre as respostas de  alguém que estudou teologia  sobre estes assuntos. Então me fala:

1) a Humanidade toda teve origem em Adão e Eva?
2) Maria ficou grávida de Jesus sem ter relação sexual?
3) Vai haver o juízo final, pecadores vão arder no fogo do inferno?!

Sabe, é bom poder conversar com alguém sobre questões mais profundas,  espero não tá te incomodando. Só tem uma pessoa  que conversa um pouco comigo sobre literatura , religião, etc,  é um professor que trabalha comigo, um ateu convicto, ele escreve de vez em quando alguns artigos pra um jornal de Itaúna, e leva pra eu ler. Acho incrível um ateu como ele conhecer tão profundamente a Bíblia.

Queria poder seguir seu conselho: "...vale a pena você ler a bíblia de uma forma mais racional e trazer para sua reflexão diária, a bíblia não pode ser pra você uma lugar de refúgio "válvula  de escape" e sim uma ferramenta intelectual e espiritual..., mas não consigo.

(...)
---------------------------

21 de maio 2014

Não (...), em hipótese alguma vc feriria minha fé, visto que eu abrir o espaço para a discussão...tenho convicção, mas não sou bitolado...rs...rs...as pessoas se ofendem quando não tem onde se apoiar, quando a religião é esse apoio ai criamos um grande problema quando questionamos, fazemos até guerra....rs, as história quem o diga...

É dificil responder essas questões somente com sim e não, isso da muito "pano pra manga" e é uma grande saia justa...mas vou tentar dizer sim e não sem justificar muito. Mas que fique claro, essas respostas cabem muito embasamento, que resultam em bons artigos, e por sinal eu já escrevi sobre depois posso te enviar para você estudar com calma. mas ai vai! 

1) a Humanidade toda teve origem em Adão e Eva?
Há controvérsias, mas acredito que haviam outros povos também criados por Deus fora do Éden, mas te dou um SIM como resposta já que eles foram criados para serem líderes da humanidade, líderes, e não "pais" da humanidade.

2) Maria ficou grávida de Jesus sem ter relação sexual?
Acredito que SIM quando me baseio na pessoa de Jesus em si, e minha medida de fé me permite enxergar Nele o único capaz de nascer de um ventre que ele mesmo criou.

3) Vai haver o juízo final, pecadores vão arder no fogo do inferno?!  
SIM, mas acredito na restauração do caos, não acredito que o diabo vai ficar reinando eternamente no inferno, mas há controvérsias inúmeras sobre isso.

Bom, em relação aos Ateus convictos eu acredito que tudo isso é uma forma de se colocar em evidencia sua incapacidade de pensar e refletir em fatos que mesmo absurdos podem ser provados, fé é fé, não é papel meu questioná-la, por isso acredito nas coisas de Deus do meu jeito racional e consciente mas com uma boa pitada de fé...rs rs rs. Já dizia Millôr Fernandes: "O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde" Seu amigo vai me bater rs, não conta isso pra ele!

Leia a biblia com um olhar reflexivo e com os pés no chão, tenho certeza, vc vai conseguir!

Até mais!
---------------------------

26 de maio 2014

...engraçado...esse meu colega ateu me contou uma história que parece que vai contra o que dizia Millôr , é sobre quando Darcy Ribeiro tava morrendo, das suas palavras de como seu sofrimento era muito maior por ser ateu,  por não ter fé, mas sua postura continuou inalterada, mesmo diante da morte.

Procurei hoje como foi realmente a história, e achei ela contada num Blog de um cara ateu, o engraçado  é que o título da matéria é: PARA ARREFECER UM POUCO MEU ATEÍSMO. 

Achei bem bacana, bonita a história, lê lá depois, ela é contada pelo Leonardo Boff. Esquisito ficar tentando explicar o ateísmo, o que tem que ser explicado é a pessoa ser religiosa.

É por ler a bíblia com os pés no chão é que não posso acreditar em Adão e Eva e por aí vai. Como que estes fatos absurdos podem ser provados se nem mesmo fato eles são?

Sabe, eu não tenho religião, mas não me considero ateia (ateu sei lá...).
Tenho fé, às vezes mais às vezes menos...Mas me fala, como a humanidade toda pode ter vindo de Adão e Eva? Pode ter sido possível isso sem incesto? Os homens viviam 900 anos e tinham um montão de filhos?

E qual o problema de Jesus ter vindo ao mundo pelo caminho mais natural? Não foi Deus que fez tudo, inclusive o sexo? Gostaria de ler seu artigo, me manda que eu leio.

Há, e a ultima questão, você acertou (brincadeirinha rs) eu concordo com você, depois gostaria de saber mais sobre isso.

(...)

---------------------------

29 de maio 2014

Bom dia (...), estou enviando em anexo os artigos que te falei ok?!

Em resposta ao seu email anterior: É por esses motivos que eu vejo o ateísmo como válvula pra muitos, veja bem, porque explicar ateísmo se ele não é uma medida de fé? Para ser ateu tem que se acreditar em algo? Defender o ateísmo é defender uma crença?

De modo que, para ser ateu se faz necessário acreditar em algo, isso não significa que esse algo tem que ser Deus, o fato do ateu ir contra o que a maioria acredita não o faz uma pessoa descrente, ele só está indo na contramão da maioria.

Eu tenho meus pontos de vista, e na maioria são controversos, mas tenho base teológica e filosófica para defende-los, rs. Acredito piamente que Deus criou Adão e Eva para habitar o Éden e reger a humanidade, paralelamente inseriu outros povos na terra de modo que se multiplicaram e chegaram nas diversas etnias que temos hoje.

Não cabe a mim explicar a absurdos como estes, por isso que eu disse que é difícil responder com SIM e NÃO já que tais respostas abrem um grande precedente, o fato é que se você estudar a fundo algumas coisas chegamos em alguns pontos que vou deixar para você refletir.

Veja bem, alguns dizem que tudo veio da poeira das estrelas e q a humanidade veio dos microorganismos pré existentes na terra; outros dizem que a humanidade veio de Adão e Eva; outros que fomos frutos do acaso de explosões;

Mas pense comigo: de onde veio essa tal poeira? Ou de onde surgiram esses seres microbiológicos? Da onde vieram Adão e Eva?

A própria ciência tem que muitas coisas como um ministério, Marcelo Gleiser um cientista muito conhecido no Brasil enxerga alguns fenômenos da humanidade como mistério irrevelado. Assim como um cristão não consegue explicar, também um ateu não vai conseguir, porém, é mais confortável para um ateu questionar do que tentar achar respostas concretas, a posição de quem questiona sempre é mais cômoda.

Só pra constar, ao longo dos anos muita informação se perdeu, a bíblia é uma reunião de livros, cartas e evangelhos, de modo que muita coisa se perdeu ao longo dos anos, e alguns livros existentes não entraram no Canon, leia sobre o Concílio de Hipona (393)Concílio de Cartago (397 y 419), Concílio Florentino (1441) e Concílio de Trento (1546).

Já li vários livros da época que não entraram no canon, alguns são muito bons. Não vale a pena ficar preso bíblia objetivando respostas cientificas é perda de tempo, isso podemos fazer com outros materiais. Mas fé é fé, mesmo para um ateu convicto, queira ou não tem sua medida de fé.

Não vejo problema em Jesus ter vindo de uma relação normal, mas disse a você, segundo a bíblia, mas cabe discussão. Sim, Deus fez o sexo e deve ser visto dessa forma, uma dádiva de Deus!

Um abraço!
---------------------------

03 de Junho 2014

Nossa...como escreveu bonito...até passou meu mal humor...rs. Sabe Bruno, fico admirada de uma pessoa jovem assim como você ser assim como vou dizer, qual a palavra? Culta, é isso...Não fica convencido hein!!!

Gosto de conversar com você, sinto muita falta de conversar essas coisas com alguém...compreendi perfeitamente sua posição, e de alguma forma você conseguiu mudar meu conceito, agora você me deixou com a pulga atrás da orelha...rs rs

Há, depois da sua orientação está mais fácil ler a bíblia, agora não vou teu deixar em paz, tendo dúvidas eu vou te procurar ta.

Grande abraço,
(...)
---------------------------

06 de Junho 2014

(...), fico feliz em ter sido útil pra você, espero que compreenda o cristianismo além de uma religião, mas como estilo de vida, é assim que eu me prendo à verdade absoluta e transformadora – um abraço!

Na esperança da minha utilidade,
Pr. Bruno Peixoto 

---------------


Recebi essa semana um e-mail de um leitor muito querido, com um pedido irrecusável. Rodrigo, que está com sua família em NY no EUA - não pude deixar de atendê-lo.


A Bíblia é a Sagrada Escritura, contém 66 Livros divididos em duas partes - ANTIGO TESTAMENTO [AT] (39 Livros) e NOVO TESTAMENTO [NT] (27 Livros). Neles temos as doutrinas que orientam o comportamento dos cristãos. A palavra Testamento, do hebraico “berith”, significa aliança, contrato, pacto. O AT foi escrito em HEBRAICO, com exceção de alguns trechos escritos em ARAMAICO, e o NT foi escrito em GREGO. No total são 1189 capítulos, o AT com 929 e o NT com 260. Para a contagem dos versículos vai depender da tradução. Vale ressaltar que originalmente não havia divisão de capítulos e versículos na bíblia. Abaixo, trouxe algumas versões:

  • King James - 31.102 versículos, pois ajunta os versículos 14 e 15 de 3 João;
  • Versão Autorizada - 31.173 versículos;
  • Almeida Revista e Corrigida - 31.105 versículos (além de I Samuel 20, o final de Juízes 5.31 se torna o versículo 32);
  • Almeida Revista e Atualizada - 31.104 versículos (o final de I Samuel 20.42 se torna o versículo 43);
  • Nova Tradução na Linguagem de Hoje - 31.103 versículos ( Antigo Testamento 23.146 / Novo Testamento 7.957);
  • Bíblia católica - 35.527 versículos tradução feita da Vulgata possui 73 livros incluindo: (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1 e 2 Macabeus e ainda partes de Ester e Daniel (isto é, Est 10,4-16,24; Dn 3,24-90; 13-14).
O nome “Bíblia” vem do grego “Biblos”, nome da casca de um papiro do século XI a.C.
A primeira obra impressa foi feita por Gutenberg, em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas. A divisão em capítulos utilizada nas bíblias de edições atuais são atribuídas a praticamente três pessoas diferentes:

  • Lanfron, arcebispo de Cantuária, que viveu no século XI;
  • Sthephen Langton, professor da Universidade de Paris, do século XIII, sua morte se deu em 1228;
  • Cardeal Hugo de Saint-Cheir (1250), também do século XIII, faleceu em 1263.

A divisão entre capítulos e versículos de Stephen Langton surgiu aproximadamente em 1227. Contudo, Robert Stephanus é apontado na história como um responsável pela divisão bíblica como um todo, apesar de haverem algumas divergências entre alguns eruditos.
Stephanus dividiu o Velho Testamento em 1548 utilizando a Vulgata [Nome dado a bíblia que foi traduzida para o Latim], porém já havia uma divisão do Velho Testamento feito em 1445 pelo Rabi Mardoqueu Nathan.

Robert Stephanus dividiu também o Novo Testamento grego em 1551, o seu ponto de partida foi se baseando em trabalhos de eruditos anteriores nesse campo. Em 1509 Lefevre havia numerado em versículos os Salmos e o dominiciano italiano Santos Paganino havia publicado a primeira Bíblia organizada nessas subdivisões menores na cidade de Lião em 1528.

Afim de corrigir as falhas em algumas passagens em relação ao contexto bíblico, Roberts Stephanus publicou em 1555 uma concordância Bíblica, onde as citações seguiam essa numeração. Ambas as divisões tinham por objetivo facilitar a consulta e as citações Bíblicas.

A primeira Bíblia em português foi impressa em 1753. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e iniciou-se com D. Diniz (1279-1325).

Um abraço,
Pr. Bruno Peixoto

--------------

Considerei o artigo muito válido para para uma análise mais cuidadosa futuramente - Carta em que Einstein diz que Deus criou mundo será leiloada. Na carta, Einstein nota que "Deus criou o mundo com muita elegância e inteligência".
Carta de Einstein deve ser leiloada por US$ 55 mil
[clique na imagpara ver em tamanho original]


Uma carta escrita pelo físico Albert Einstein ao colega italiano Giovanni Giorgi, quando lecionava em Roma, será leiloada em 15 de fevereiro nos Estados Unidos. A casa de leilões RR Auction espera receber ao menos US$ 55.000 (cerca de R$ 156.332) pela missiva.

Na carta, escrita em 12 de julho de 1925, Einstein nota que "Deus criou o mundo com muita elegância e inteligência" e, depois de se referir a alguns experimentos, conclui: "Eu não tenho dúvidas sobre a validade da teoria da relatividade".



Na época, Giorgi era conhecido internacionalmente e na Itália como uma autoridade em eletromagnetismo. A curta mensagem está escrita no verso de um cartão postal assinado por "Suo Einsntein" ou "Do seu Einsntein", em português.



Einstein tinha uma relação próxima com a Itália, onde esteve com sua família quando tinha entre 15 e 16 anos por muitos meses, e ele falava e escrevia fluentemente no idioma local. A carta pertencia a um colecionador da França, que obteve o manuscrito de um italiano que coleciona artigos científicos.




Carta assinada por Albert Einstein
Um abraço,
Pr. Bruno Peixoto
-----------------------------

Pessoal, essa semana li esse texto, e aqui, e antemão, bato a estaca da concordância e faço um tributo de gratidão a Deus com toda a simplicidade do meu coração. Ele, que tem me guidado na fé e me ensinado a ser o que é ser cristão. Sigo a Jesus com minhas dores, fraquezas, espinhos e latências, e tenho feito o que posso para andar com o Senhor, faça você o mesmo, faça o que estiver em seu alcance. Que deus no ajude.

"Perdoem-me, irmãos, eu confesso a tão aguardada confissão de minha boca. Sim, eu confesso que não posso mais deixar de declarar a minha alma. Para mim é questão de vida ou morte. Perdoem-me, irmãos, mas eu preciso confessar. Sim, eu confesso…Está insuportável. Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim. É insuportável ligar a televisão e ver o culto que se faz ao Monte Sinai, que gera para escravidão. Os Gálatas são o nosso jardim da infância. Nós nos tornamos PHDs do retrocesso à Lei e aos sacrifícios. Pisa-se sobre a Cruz de Cristo em nome de Jesus. Insuportável! Seja anátema!

É insuportável ver o culto à fé na fé, e também assistir descarados convites feitos em nome de Deus para que se façam novos sacrifícios, visto que o de Jesus não foi suficiente, e Deus só atende se alguém fizer voto de freqüência ao templo, e de dinheiro aos sacerdotes do engano e da ganância. Insuportável! É insuportável assistir ao silêncio de todos os dantes protestantes—e que até hoje ofendem os cultos afro-ameríndios por seus sacrifícios, sendo que estes ainda têm razão para sacrificar, visto que não confessam e não oram em nome de Jesus—ante o estelionato feito em e do nome de Jesus, quando se convida o povo para sacrificar a Deus, tornando o sacrifício de Jesus algo menor e dispensável. Insuportável!

É insuportável ver o povo sendo levado para debaixo do jugo da Lei quando se ressuscitam as maldições todas do Velho Testamento, e que morreram na Cruz, quando Jesus se fez maldição em nosso lugar. Insuportável! É insuportável ver que para a maioria dos cristãos a Lei não morreu em Cristo, conforme a Palavra, visto que mantêm-na vigente como “mandamento de vida”, mas que apenas existe para gerar culpa e morte, também conforme a Escritura. Insuportável! É insuportável ver e ouvir pastores tratando a Graça de Deus como se fosse uma parte da Revelação, como mais uma doutrina, sem discernir que não há nada, muito menos qualquer Revelação, se não houver sempre, antes, durante, depois, transcendentemente e imanentemente, Graça e apenas Graça. Misericórdia! É insuportável ver a Bíblia sendo ensinada por cegos e que guiam outros cegos, visto que nem mesmo passaram da Bíblia como livro santo, desconhecendo a Revelação da Palavra da Graça do Evangelho de Deus. Insuportável tristeza!

É insuportável ver que os cristãos “acreditam em Deus”, sem saber que nada fazem mais que os demônios quando assim professam, posto que não estamos nesta vida para reconhecer que Deus existe, mas para amá-Lo e conhecê-Lo. Insuportável desperdício! É insuportável enxergar que a mensagem do Evangelho foi transformada em guia religioso, no manual da verdade dos cristãos, mais uma doutrina da Terra. Insuportável humilhação! É insuportável ver os que pensam que possuem a doutrina certa jamais terem a coragem de tentar vivê-la como mergulho existencial de plena confiança, mas tão somente como guia de bons costumes e de elevados padrões morais. Insuportável religiosidade! É insuportável ver gente tentando “estudar Deus”, e a ensinar aos outros a “anatomia do divino”, ou a buscar analisar Deus como parte de um processo, no qual Deus está aprendendo junto conosco, não sabendo tais mestres que são apenas fabricantes de ídolos psicológicos. Insuportável sutileza!

É insuportável ver que há muitos que sabem, mas que nada dizem; vêem, mas nada demonstram; discernem, mas em nada confrontam; conhecem, mas tratam como se nada tivesse conseqüências… Insuportável…É insuportável ver que se prega o método de crescimento de igreja, não a Palavra; que se convida para a igreja, não mais para Jesus; e que a cada cinco anos toda a moda da igreja muda, conforme o que chamam de “novo mover”. Insuportável vazio! É insuportável ouvir pastores dizendo que o que você diz é verdade, mas que eles não têm coragem de botar a cara para apanhar, mesmo que seja pela verdade e pela justiça do evangelho do reino de Deus. Insuportável dissimulação! É insuportável ver um monte de homens e mulheres velhos e adultos brincando com o nome de Deus, posando de pastores, pastoras, bispos, bispas, apóstolos e apostolas, sendo que eles mesmos não se enxergam, e não percebem o espetáculo patético no qual se tornaram, e o ridículo de suas aspirações messiânicas estereotipadas e vazias do Espírito. Insuportável jactância e loucura!

É insuportável ver Jesus sendo tratado como “poder maior” e não como único poder verdadeiro. Insuportável idolatria! É insuportável ver o diabo ser glorificado pela freqüência com a qual se menciona o seu nome nos cultos, sendo que Paulo dele falou menos de uma dúzia de vezes em todas as suas cartas, e as alusões que Jesus fez a ele foram mínimas. No entanto, entre nós o diabo está entronizado como o inimigo de Cristo e o Senhor das Culpas e Medos. E, assim, pela freqüência com a qual ele é mencionado, ele é crido; e seu poder cresce na alma dos humanos, a maioria dos quais sabe apenas do Medo da Lei, e nada acerca da Total Libertação que temos da Lei e do diabo na Graça de Jesus, que o despojou na Cruz. Insuportável culto! É insuportável ver seres humanos sendo jogados fora do lugar de culto por causa de comida, bebida, cigarro, roupa, sexualidade, ou catástrofes de existência. Isto enquanto se alimenta o povo com maldade, inveja, mentira, politicagem, facções, e maldições. Insuportável é coar o mosquito e engolir o camelo!

É chegada a hora do juízo sobre a Casa de Deus! De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará. A eternidade está às portas. Então todos saberão que não minto, mas falo a verdade, conforme a Palavra do Evangelho de Jesus. Com temor e tremor!" - Caio Fábio

Um abraço,
Pr. Bruno Peixoto
--------------

É impressionante como o Brasil é marcado por fatos como esses, que deveriam, mas não estão em nosso livros de história. Hoje, ao ler essa matéria [ig.com.br] percebi que existem muitas águas que já passara debaixo das pontes brasileiras e que nós não fazemos nem ideia, coisa que só acontecem em filmes, e os depósitos cinematográficos do brasil estão lotados de inúmeras películas secretas, como por exemplo o caso dos documentos relacionados ao regime militar que viraram cinzas em Brasilia no ano de 2001, ninguém sabe quem foi, nem quem mandou, simplesmente pegaram fogo. Pois é, a partir de hoje nossos livros de história estão mais defasados, nesse caso, o título seria: "O Dia em que a ditadura tentou matar Brizola e depositar a culpa na Igreja Católica"

Assassinato não aconteceu, mas Cláudio Antônio Guerra revela que se disfarçou de padre durante ação contra ex-líder de esquerda.

Brizola entre Franco Montoro e Ruth Escobar cantam o
Hino Nacional no Comício Pró-Diretas, em 1984
O ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Político Social) do Espírito Santo, Cláudio Antônio Guerra, revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” que se disfarçou de padre para tentar assassinar Leonel Brizola, fundador do PDT e um dos líderes da resistência contra a ditadura militar. O disfarce era uma estratégia para responsabilizar a Igreja Católica pelo atentado. Segundo Guerra, a operação foi comandada pelo coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de Informações - SNI) e pelo comandante Antônio Vieira (Centro de Informações da Marinha - Cenimar). “Os militares também andavam muito aborrecidos com a Igreja Católica, que estava se alinhando à esquerda, pela abertura política”, afirma Guerra. Perdigão e Vieira também estavam à frente do atentado ao Riocentro.

Guerra levava também uma pasta com um revólver calibre 45. A arma era a preferida dos cubanos. A intenção também era ligar o governo de Fidel Castro ao assassinato. “Eu me lembro do boato de que Fidel Castro estava aborrecido por Brizola ter ficado com o dinheiro enviado por Cuba para financiar a guerrilha do Caparaó (o primeiro movimento de luta armada contra a ditadura militar). Os militares estimulavam esses boatos nos quartéis e entre nós”, revela Guerra. “Com o retorno de Brizola, os comentários sobre o dinheiro de Fidel apareciam aqui e ali”.
“O objetivo (do atentado) era implicar a Igreja Católica – resolveríamos dois problemas de uma vez só – e envolver os cubanos, insatisfeitos com a suspeita de desvio de verba para a guerrilha do Caparaó; daí a arma calibre 45”, aponta. “O objetivo, como sempre, era tumultuar o processo de redemocratização do Brasil”, reafirma o ex-delegado em depoimento ao jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto no livro que acaba de ser publicado pela editora Topbooks.
O PlanoA tentativa de assassinato ocorreu quando Brizola morava em Copacabana, no Rio de Janeiro. A data é incerta. Guerra conta que foi entre “a chegada dele do exílio, em 1979 e antes da demissão do chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva” em 1981. O ex-delegado afirma no livro que se hospedou no Hotel Apa, na rua República do Peru. O hotel existe até hoje. Ele se registrou com identidade e CPF falsos, concedidos pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época. “Quando precisava incorporar um personagem para realizar uma missão, eles forneciam tudo: CPF, identidade, tudo”, relata.
O ex-delegado revela no livro “Memórias de uma Guerra Suja” foi até a porta do prédio onde Brizola montado na garupa de uma moto conduzida pelo tenente Molina, um militar do Cenimar. Normalmente o líder de esquerda saía de casa “um pouco antes do meio-dia”, pelas informações do SNI repassadas ao ex-delegado do DOPS. Naquele dia, Brizola não desceu e o atentado foi abortado. “Havia o interesse da comunidade de informações em eliminar Brizola, só que depois houve um retrocesso, uma mudança”, afirma Guerra.
Brizola sofreu uma tentativa de assassinato no Hotel Everest, no Rio de Janeiro, em 18 de janeiro de 1980, quatro meses depois de chegar do exílio. Uma bomba foi deixada na porta do apartamento do líder de esquerda mas desativada em seguida.


Um abraço,
Pr. Bruno Peixoto
-------
Recentemente a revista ÉPOCA em sua edição 638 lançou uma capa muito interessante por Ricardo Alexandre, que por sua vez aborda uma série de discursões válidas sobre a posição da igreja evangélica na sociedade, o teor central da matéria aborta Um movimento de fiéis que critica o consumismo, a corrupção e os dogmas das igrejas- e propõe uma nova reforma protestante. A matéria é longa, mas sua leitura vai valer a pena tenho certeza.

Rani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.

Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.

Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.

Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior 
do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade”. Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.

Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”

Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”

Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”

Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”

Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”

No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.

“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”

Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”

Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.

Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.

O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”
A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”

Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.

Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.

O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.” A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”

Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”

O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas. Sites como Pavablog , Veshame Gospel , Irmãos.com , Púlpito Cristão , Caiofabio.net ou Cristianismo Criativofazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.

A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”

Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade. A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.

O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”

A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.

Um abraço,
Pr. Bruno Peixoto